Acredito que todo ser adulto já se decepcionou em razão de um relacionamento malsucedido. Certamente, não tenho nada de especial para fugir dessa regra, logo, eu tive alguns “amores” que me decepcionaram e que eu os decepcionei.
Em alguns dias será comemorado o dia dos namorados e isso faz com que os solteiros tenham, mesmo que implicitamente, que justificar sua solidão. No mínimo, fazer uma autoavaliação sobre seus relacionamentos passados e tentar descobrir o que deu errado. Claro, generalizar é errado, mas esta carta é para quem sente a necessidade de ser crítico consigo mesmo.
Por muito tempo, eu carreguei a culpa pelo fracasso dos meus relacionamentos. Sentia-me culpado por não conseguir fazer a outra pessoa feliz e me achava incapaz disso. Por tal pensamento, decidi que não iria me relacionar tão cedo e comecei a afastar as pessoas de perto de mim, até não sobrar mais ninguém.
Há pouco tempo, tive uma epifania e descobri que a culpa que carregava não pertencia somente a mim; que eu estava sendo injusto comigo e que, apesar de ter errado, tinha direito à minha parcela de felicidade como qualquer outra pessoa.
Alguns relacionamentos são construídos com cartas de baralho e apesar de formar um castelo bonito, são frágeis. Outros são tão sólidos quanto o aço e mesmo existindo amor, nossas escolhas o levam para longe, até se tornarem apenas uma lembrança boa.
Quando entramos em um relacionamento, ambos assumem o risco do fracasso e da felicidade; se não for assim, não há cumplicidade e o relacionamento já começa com um defict. Alguns transferem toda a responsabilidade e expectativa para o parceiro e, outros, como eu, assumem toda ela.
Agora eu sei que, por mais cruel que pareça ser, tenho o direito de tentar novamente. Procurar alguém que considere minhas qualidades superiores aos meus defeitos, que cuide de mim e que possibilite que eu cuide dela. Alguém que assuma todos os riscos comigo e por mim. Para que eu possa assumir os mesmos riscos com ela e por ela. Pode ser apenas um ideal, mas eu quero harmonia mesmo nos momentos ruins.
(autor desconhecido)
com carinho D.Kallin